
Foto: Rafael Stedile/BdF
Fundador e principal liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile defendeu que o grupo tem o direito de tecer críticas ao governo Lula por ter ajudado a elegê-lo. Em entrevista ao site da revista Carta Capital, Stédile também alertou que “sempre haverá” ocupações de terra, sobretudo se o ritmo de distribuição de áreas para assentar não for considerado satisfatório.
— Compreendemos a natureza do governo, que é um governo de frente ampla, que tem uma composição bem ampla. Mas o nosso papel é ser sempre zelador dos interesses do povo. Naquilo que o governo fica lerdo, medroso, não toma iniciativa, nossa obrigação é criticar — afirmou o líder do MST à publicação de esquerda, antes de continuar: — Temos que ter autonomia e temos moral para criticar, porque nós ajudamos a eleger, então ele é nosso governo.
Perguntado se há previsão de novas ocupações de terra este ano, Stédile respondeu que “isso depende muito”. Nos primeiros meses de governo Lula, em especial durante o chamado Abril Vermelho — período em que o MST historicamente intensifica suas ações —, o ritmo das incursões do movimento foi alvo de críticas por parte de integrantes do Planalto.
O Globo
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